Bullying é um termo inglês utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou "valentão") ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender.
Pois é verdade! Fui vítima de bullying nos altos dos meus 10/11/12 anos. Foram momentos extremamente marcantes, agoniantes, que traçaram a minha personalidade nos dias que correm. Era dentro e fora da escola, no autocarro, até na ida para a catequese. Era alvo de violência psicológica e física. Vivia tudo isto no silêncio e no desespero de dia após dia, ter de conviver mais uma vez, com aqueles seres que tanto mal me faziam. Sim, as crianças sabem ser más!! E eram tão más que eu chegava a ficar cheia de febre, quando me ameaçavam que no dia seguinte ía apanhar, só para não ir para a escola. As notas a baixar, a participação nas aulas nula, uma vez que me ameaçavam de mais pancada caso eu levantasse o dedo para falar, enfim... Tudo isto fez um professor meu ficar com a pulga atrás da orelha (agradeço-lhe desde já), e pediu para falar comigo a sós. Desabei à frente dele, contei tudo, chorei, chorei... Foi nessa altura que os meus pais souberam... O meu pai não resistiu e foi à escola falar com alguns dos agressores, que quando o viram desataram a fugir (pudera, sabiam bem o mal que andavam a fazer). O meu pai apanhou um, nada lhe fez, apenas o ameaçou que se voltassem a tocar na filha iriam ver-se com ele. Foi remédio santo... A ida do meu pai à escola depressa se espalhou pelos restantes agressores que ficaram com medo e nunca mais me tocaram. Entretanto o meu professor no final do ano trocou-me de turma e nunca mais tive problemas... mas as marcas psicológicas estão cá, e essas ninguém mas tira!
Texto publicado no âmbito do desafio Silêncio- para Fábrica de Letras.
